Parque do Pavilhão Wangjiang
localização:Rua Wangjiang, n.º 30, Distrito de Wuhou, Chengdu, Província de Sichuan, China
Razões para visitar:Um parque urbano recomendado para um passeio tranquilo.
A nossa classificação: ★★★
Horário de funcionamento:8:00am-18:00pm
O Parque do Pavilhão Wangjiang, situado às margens da Ponte Jiuyan em Chengdu, é, juntamente com o Templo Wuhou e a Cabana de Colmo de Du Fu, uma das “Três Grandes Relíquias Culturais” da cidade. Ocupa cerca de 180 mu (aproximadamente 12 hectares) e limita-se ao sul pelo rio Jinjiang, encostando-se ao norte ao antigo muro da cidade. Desde as dinastias Ming e Qing que constitui um local predileto para passeios de primavera, apreciação paisagística e rememoração histórica dos cidadãos de Chengdu.
O edifício mais marcante do parque é o Chongli Ge, vulgarmente conhecido como Pavilhão Wangjiang, que se eleva a 39 metros em quatro andares sobrepostos: os dois superiores são octogonais, enquanto os dois inferiores são quadrados. Cada alçado é ornamentado com delicados relevos de animais auspiciosos, figuras humanas e flores, dourados e policromados. O nome “Chongli” foi extraído do famoso verso do escritor Jin Zuo Si no “Rhapsodia da Capital de Shu” — “tão grandioso quanto belo”, saudando a grandiosidade natural e a rica herança cultural da cidade de Brocado. A construção foi iniciada no 12.º ano do reinado de Guangxu da Dinastia Qing (1886) e levou oito anos a concluir, acrescentando uma silhueta vibrante ao horizonte histórico de Chengdu.
O Poço de Xue Tao situa-se no canto noroeste do parque. Seu círculo de pedra foi esculpido em oito lados em arenito azulado e ostenta, incrustada na lateral, uma placa lapidada em estilo selar da era Guangxu com os caracteres “Poço de Xue Tao”. A água é cristalina e nunca seca; antigamente, junto ao poço colocava-se uma bacia de pedra onde os visitantes lançavam moedas para pedir bênçãos. A norte do poço ergue-se uma galeria de estelas onde se gravaram poemas de figuras ilustres desde a dinastia Qing — Zhang Wentao, Gu Fuchu, Xie Wuliang, entre outros — em caligrafias regular, cursiva, corrida e selar, cada uma destacando-se pelo seu encanto. A sul do poço localiza-se o Memorial de Xue Tao; no seu interior expõem-se rubbings da caligrafia da própria Xue Tao, instrumentos musicais em estilo Tang, matrizes antigas do papel de Sichuan, e é exibido continuamente o vídeo digital “Xue Tao e o Pavilhão Wangjiang”, transportando o visitário para os dias de vinho e poesia da Chengdu da dinastia Tang.
Xue Tao (c. 768–832), também conhecida como Hongdu, nasceu em Chang’an e deslocou-se para o Sichuan em consequência dos cargos oficiais do pai. Após a morte deste, a família caiu na pobreza e ela foi integrada na classe dos artistas de corte. Dotada de inteligência aguda, dominava a poesia e a caligrafia, distinguindo-se sobretudo pela sua perícia musical. Manteve correspondência poética com Yuan Zhen, Bai Juyi, Liu Yuxi, Du Mu e outros ilustres, sendo apelidada de “Escrivã Feminina”. Os seus versos, de linguagem límpida e imagens delicadas, exprimem sobretudo saudades e despedidas, mas também sentimentos patrióticos; poemas como “Despedida a um Amigo” e “Inscrição no Templo de Zhulang” permanecem populares até hoje. Conta-se que Xue Tao compôs mais de quinhentos poemas ao longo da vida, mas apenas noventa se conservam na actual “Coleção do Rio Brocado”. Nos seus últimos anos viveu na Travessa Biji, onde construiu o Pavilhão de Poesia e fundou com companheiras femininas uma “Sociedade Poética” conhecida como “Encontro Poético do Rio Brocado”, inaugurando o precedente de associações literárias femininas no Sichuan. O Pavilhão de Poesia existente no parque reproduz fielmente o modelo original: cobertura dupla com quatro águas em estilo xieshan, voltado para um lago de lótus; no verão, a brisa perfumada das flores atravessa o ar e, do balcão, avista-se o reflexo ondulante do Pavilhão Wangjiang na água — uma visão que inspira profunda nostalgia.

O Parque do Pavilhão Wangjiang celebra-se pelos seus bambus: são mais de 150 espécies e mais de 200 000 colmos, entre eles o bambu bondoso, o bambu rígido, o bambu púrpura, o bambu quadrado, o bambu malhado, o bambu de cauda de fênix, o bambu-barrigudo e o “jade verde entre ouro”. É o jardim urbano chinês com maior variedade e maior quantidade de bambus. Na primavera, rebentam brotos verdes que enchem de frescura os olhos; no verão, a sombra fresca cobre o solo e as cigarras tecem um canto intenso; no outono, o vento dourado agita a luz, e cada colmo ondula como jade; no inverno, a neve pesa sobre as pontas verdes, mas a floresta mantém-se sempre esmeralda. No interior do parque, foi criada uma “Galeria Cultural do Bambu”, onde relevos, estelas e peças originais revelam as relações entre o bambu e a poesia, a caligrafia, a pintura e a música. Existe ainda o “Jardim do Encanto do Bambu”, com pavilhões, corredores, pontes e trilhas de bambu, onde crianças e idosos podem repousar e passear. Todos os anos, por ocasião do Qingming, realiza-se o “Festival Cultural do Bambu do Wangjiang”, que reúne demonstrações de arte do bambu, esculturas em bambu, instrumentos musicais de bambu, além de apresentações de ópera do Sichuan em estilo “zhuzhi ci” e música folclórica com “qingyin” e qin de bambu, atraindo uma verdadeira maré de visitantes.
O Corredor dos Pêssegos (Pipa Menxiang) deve o seu nome aos péssegos plantados pela própria Xue Tao. No portal de tijolo que dá acesso ao corredor, encontra-se suspensa uma placa em estilo selar com a inscrição “Pipa Menxiang”. No seu interior, crescem dezenas de antigas péssegueiras; entre o fim da primavera e o início do verão, os frutos dourados pendem em cachos perfumados, espalhando aroma pelos transeuntes. O Pavilhão Quanxiang, rodeado de água por três lados, tem em frente uma barca de pedra ancorada, onde se pode saborear chá e ouder música, especialmente ao luar. O Pavilhão Wuyunxian, segundo a tradição, foi o local onde Xue Tao recebia banquetes com suas companheiras femininas. No seu interior, expõem-se obras-primas de artesanato imaterial do Sichuan, como bordado shu, lacas e cestaria de bambu, e está instalado um “Ateliê de Artes Femininas”, onde os visitantes podem experimentar, com as próprias mãos, a impressão do papel Xue Tao, a caligrafia em tábuas de bambu, o tingimento por reserva (tie-dye) e outras técnicas tradicionais.
Dentro do parque erguem-se inúmeras estelas poéticas. Para além da galeria junto ao Poço de Xue Tao, destacam-se a “Estela da Crônica do Chongli Ge”, a “Estela Poética da Primavera no Rio Brocado” e a “Estela da Sombra do Bambu Varrendo os Degraus”, entre outras, reunindo estilos cursivo, regular, oficial e selar — um local ideal para calígrafos e estudiosos. O chá “Qingwan”, em estilo Tang, construído à beira d’água, recebe diariamente mestres de chá que demonstram a arte do chá em tampas de bambu e bules de bico comprido, acompanhada por versículos do “Livro das Odes” e do “Elegias de Chu” copiados em pequenos papéis Xue Tao — aroma de chá e tinta complementam-se harmoniosamente. Os restaurantes do parque também são peculiares: e.g. peixe em caldo Xue Tao, tofu Wangjiang, bolinhos cozidos no vapor em folhas de bambu e fatias de pêssego de Hechuan do Rio Brocado, servidos em utensílios de bambu e acompanhados por poesia, deixando um sabor inesquecível na boca e na alma.

O Parque do Pavilhão Wangjiang convida à visita em todas as estações: na primavera, admiram-se os bambus; no verão, ouve-se a chuva; no outono, contempla-se a lua; no inverno, contempla-se a neve. Às auroras e ao entardecer, as luzes alteram-se, e a silhueta do pavilhão reflete-se nas ondulações do riu Jinjiang, criando um quadro encantador. Se deslizar numa pequena barca à deriva, verá o reflexo do edifício a balouçar e sentirá a brisa fresca entre os bambus, como se a “Escrivã ao pé da Ponte de Wanli” estivesse, mil anos depois, a entoar suaves melodias. À noite, o Chongli Ge ilumina-se em todo o seu esplendor, espelhando-se na água e entrelaçando-se com as luzes multicoloridas da Ponte Jiuyan, tornando-se um novo marco da paisagem noturna de Chengdu. Quer se procure a quietude antiga, quer se deseje um passeio em família, o Parque do Pavilhão Wangjiang oferece sempre, pela frescura dos bambus, pela elegância da poesia e pela grácia do rio, uma recordação inesquecível da Cidade do Brocado.
Como chegar ao Parque do Pavilhão Wangjiang
• Metro: apanhe a Linha 6 até à estação “Niuwangmiao”; saia pela saída H e caminhe cerca de 8 minutos pela Rua Niuwangmiao até à entrada sul do parque.
• Autocarro: dentro da cidade, apanhe as linhas 19, 35, 102 ou 335 e descer na paragem “Parque do Pavilhão Wangjiang”.
• Automóvel: introduza “Parque do Pavilhão Wangjiang – Estacionamento Sul” no GPS; fica a cerca de 6 km da Praça Tianfu, com trajeto de aproximadamente 20 minutos.
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