Museu do Sítio de Jinsha
localização: n.º 227 da Avenida Qingyang, Chengdu, Província de Sichuan, China
Razões para visitar: Melhor lugar para conhecer os artefatos e a cultura das dinastias Shang e Zhou na China antiga.
A nossa classificação: ★★★★
Horário de funcionamento:8:00am-18:00pm
O Museu do Sítio de Jinsha, localizado no noroeste de Chengdu e erguido sobre o próprio sítio arqueológico, é um museu temático dedicado à exibição da civilização Shu antiga durante as dinastias Shang e Zhou na região de Sichuan. As obras iniciaram-se no final de 2004 e a inauguração oficial ocorreu em 16 de abril de 2007. O complexo abrange o Pavilhão de Vestígios, o Pavilhão de Exposições, o Centro de Visitantes, o Centro de Conservação e Restauro de Relíquias, o Teatro Jinsha e a área paisagística, reunindo educação, pesquisa e lazer num museu-jardim moderno. É também um marco cultural que celebra a longa história de Chengdu. O sítio de Jinsha constituiu a primeira grande descoberta arqueológica da China no século XXI e, em 2006, foi classificado como Património Cultural Nacional de Importância Primária.

História da Descoberta
O sítio de Jinsha foi descoberto inadvertidamente a 8 de fevereiro de 2001, no noroeste de Chengdu, tratando-se de vestígios da civilização Shu antiga da época das dinastias Shang e Zhou. Abrange cerca de 5 km² e já se identificaram várias zonas funcionais: área sacrificial, palácios, necrópoles e zona residencial. Estudos indicam que Jinsha constituiu o segundo grande centro da cultura Shu após Sanxingdui e foi, há mais de 3 000 anos, o núcleo político, económico e cultural do planalto de Chengdu. No mesmo ano da descoberta, o sítio elegeu-se uma das “Dez Grandes Descobertas Arqueológicas Nacionais de 2001”, sendo considerada a primeira grande descoberta arqueológica chinesa do início do século XXI. Hoje, a “Cultura Jinsha” integra-se como uma das três grandes marcas culturais de Chengdu.
O Museu do Sítio de Jinsha ocupa um total de 456 mu (cerca de 30,4 hectares) e dispõe de uma área construída de 38 000 m². O rio Modi, que atravessa o centro de Chengdu, corre de oeste para leste através do museu, e as margens fluviais constituem o eixo paisagístico transversal. Os visitantes podem percorrer, de sul para norte, o local arqueológico de Jinsha e o pavilhão de exposições, enquanto o espaço aberto no sentido longitudinal forma o eixo cultural. Rodeando os edifícios, uma zona ajardinada de exuberante vegetação convida o público a deambular pela floresta e a apreciar a natureza, enquanto absorve a longa história e a cultura do local.

Os dois edifícios principais do Museu do Sítio de Jinsha — o Pavilhão de Vestígios e o Pavilhão de Exposições — apresentam formas inclinadas que simbolizam a ascensão do sítio arqueológico. O Pavilhão de Vestígios tem planta circular, enquanto o Pavilhão de Exposições é quadrado; o círculo e o quadrado representam a cosmologia tradicional chinesa de “céu redondo e terra quadrada”. Ambos os edifícios situam-se em terrenos baixos, margens opostas do rio Modi. Quando um avião sobrevoa Chengdu, vê-se o museu como duas folhas caindo sobre um tapete verde, tornando-se um dos marcos mais emblemáticos da cidade.
Importantes Vestígios
[Área Sacrificial de Jinsha]
A Área Sacrificial de Jinsha foi um espaço ritual exclusivo à beira do rio, utilizado pelo antigo Reino de Shu, com cerca de 15 000 m² de extensão e cronologia que vai do fim da Dinastia Shang ao início da Primavera e Outono (c. 1200 a.C. – 650 a.C.). As estruturas cerimoniais distribuem-se ao longo da margem sul do antigo leito fluvial. Acredita-se que os antigos shu realizavam sacrifícios a deuses ou ancestrais na margem; após os rituais, as oferendas eram depositadas sob a leito de cascalho e cobertas por terra. Durante mais de 500 anos de práticas sacrifiais sucessivas, o antigo leito foi gradualmente preenchido até ficar nivelado no início da Primavera e Outono. A grandiosidade das cerimônias reflete a força do antigo Reino de Shu, as oferendas variadas carregam o rico mundo espiritual dos antepassados, e os artefactos excecionais revelam a criatividade extraordinária dos artesãos da época. Com a transferência do centro político, este santuário acabou por cair em silêncio.
[Depósito Ritual n.º 1 de Jinsha]
Datado do início da Dinastia Zhou Ocidental, este vestígio apresenta um plano rectangular e foi parcialmente danificado aquando da sua descoberta. Os artefactos encontravam-se estratificados por níveis hierárquicos: na camada superior, acumulavam-se marfins, alguns com quase 160 cm de comprimento; em corte, observam-se até oito camadas de marfim dispostas regularmente. Na camada inferior depositaram-se numerosos jades, bronzes e objetos de ouro. O Depósito n.º 1 é, até à data, o depósito ritual mais bem preservado, com a estrutura mais ordenada e a maior concentração de artefactos descobertos na zona sacrificial de Jinsha.

[Área Residencial de Jinsha]
Dentro do sítio de Jinsha, distribuem-se amplamente habitações comuns, revelando uma densa população na época. Na zona residencial foram encontrados numerosos depósitos de cinzas, fornos de cerâmica, poços de água, tanques e sepulturas, oferecendo pistas essenciais para compreender as condições de vida dos seus habitantes.
[Necrópole de Jinsha]
O sítio de Jinsha revelou numerosos túmulos: há tanto vastos cemitérios públicos aglomerados quanto sepulturas isoladas, indicando que alguns indivíduos foram enterrados perto das zonas habitacionais, enquanto a maioria foi depositada em cemitérios coletivos. As distinções no padrão funerário refletem claramente a existência de estratificação social e hierarquias na época.
[Zona periurbana de Jinsha]
Foram já descobertas mais de 1000 sepulturas, distribuídas por cerca de 30 000 m², na maioria formadas após o abandono da zona habitacional. Os túmulos estão dispostos em ordem regular e de acordo com um plano cuidadoso, sendo o maior cemitério identificado o sítio de “Yansha Courtyard”.
Pontos de interesse
[Pavilhão de Exposições]
Situado na margem norte do rio Modi, o Pavilhão de Exposições é um edifício quadrado de planta inclinada. O arquiteto fundiu, no telhado, elementos do sítio de Jinsha e da arqueologia: o grande círculo central reproduz o “Pássaro Dourado do Sol”, tesouro-símbolo do museu, enquanto a grelha quadrada que o envolve representa as quadrículas de escavação. A construção, em estrutura metálica, possui dois pisos (superfície e subsolo), 16 000 m² de área construída e igual área de exposição. Dispõe de cinco salas temáticas que, sob perspectivas distintas, apresentam e interpretam a civilização Shu antiga; cada sala recorre a recursos museográficos próprios, garantindo experiências sempre renovadas. Para enriquecer a visita, utilizam-se tecnologias modernas: ao ouvir o sonoro qing e participar em jogos interactivos, o público nunca se aborrece. Um cinema 4D projeta, em horários fixos, o filme “Sonho de Jinsha”, que, com as mais recentes tecnologias audiovisuais, transporta o espectador ao longo de 3 000 anos, desde a dinastia de Duyu até a de Kaiming. O pavilhão dispõe ainda de sala de imprensa, auditório académico, loja de recordações Jinsha, restaurante, balcão de atendimento e consigna.
[Pavilhão de Vestígios]
O Pavilhão de Vestígios é o mais importante sítio arqueológico do Museu do Sítio de Jinsha e o núcleo onde o antigo Reino de Shu realizava grandes cerimónias sacrifícias. Trata-se da maior e melhor preservada área ritual descoberta até hoje no país. A construção, inteiramente em aço, ocupa 7 588 m², atinge 19 m de altura e um vão de 63 m, sendo a segunda maior estrutura de proteção de sítios arqueológicos na China, apenas atrás dos Guerreiros de Terracota de Qin Shihuang. A exposição em estado fóssil maximiza a conservação dos vestígios e dos artefactos, proporcionando, ao mesmo tempo, um impacto visual imediato. Ao entrar, os visitantes são transportados para o grandioso cenário de sacrifícios do Reino de Shu há 3 000 anos e podem observar de perto o trabalho de escavação e compreender o processo arqueológico.

[Zona Paisagística]
O jardim do Museu do Sítio de Jinsha tem como conceito “beleza natural e encanto das ervas”, com uma cobertura vegetal de 80 %. Integrado organicamente ao museu, o espaço divide-se em áreas temáticas: ao longo da via principal estão espécies arbóreas raras da bacia do Sichuan, como ginkgo e metasequoia; florestas de cerejeira, pessegueiro e peral, bem como lótus e wintersweet, distribuem-se harmoniosamente, enquanto densos bambus e arbustos circundam os edifícios. Durante todo o ano, flores sucedem-se: na primavera, centenas de espécies competem em colorido; no verão, gardénias e michelias perfumam o ar; no outono, os ginkgos tornam-se dourados e a osmanthus espalha aroma; no inverno, o wintersweet exala fragância suave e as ameixas vermelhas florescem em destaque.
[Teatro Jinsha]
Situado no lado noroeste do museu, o Teatro Jinsha possui uma fachada que lembra uma coroa de cristal ou uma flor prestes a desabrochar. É o espaço exclusivo da primeira comédia musical original da China, intitulada “Jinsha”. Além disso, desde maio de 2011, acolhe o Fórum Jinsha, conhecido como “o salão cultural dos cidadãos de Chengdu”. O teatro realiza regularmente intercâmbios académicos e espetáculos ligados à cultura de Jinsha e à civilização Shu antiga.
Como chegar ao Museu do Sítio de Jinsha
[Autocarro]
1. apanhe as linhas 5, 79, 82, 83, 84, 100, 111, 123, 147, 163, 805, 848 ou 1043 e desça na paragem “Estação Leste do Museu do Sítio de Jinsha”.
2. apanhe as linhas 5, 7, 83, 84, 123, 147, 805 ou 848 e desça na paragem “Rua Norte Jinfeng”. A seguir, caminhe para norte até à Rua Jinbo, vire à direita e siga cerca de 310 m para a entrada norte.
[Metro]
Entre na Linha 2 do metro e saia na estação “Yipintianxia”; tome a saída B e caminhe cerca de 1 km para norte até à entrada leste do museu.
Informações úteis
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