O Jardim dos Cônjuges
localização:7 Travessa Xiaoxing, Rua Cang, Distrito de Pingjiang, Suzhou, Província de Jiangsu, China
Razões para visitar:Património Mundial da UNESCO; um belo jardim clássico chinês em Suzhou.
A nossa classificação: ★★★★
Horário de funcionamento:8:00am-17:00pm
O Jardim dos Cônjuges (nome chinês: 耦园), outrora denominado Jardim She, situa-se a leste da cidade antiga de Suzhou, junto ao foso da muralha. É um dos jardins clássicos da cidade e integra o Património Mundial. A sua construção remonta ao início da dinastia Qing, com o nome primitivo de Jardim She. No décimo terceiro ano do reinado Tongzhi (1874), Shen Bingcheng adquiriu o jardim, promoveu obras de restauro e criou o traçado que hoje se observa. O ditado “Casais harmoniosos habitam o Jardim dos Cônjuges; na curva da cidade ergue-se uma cidade poética” reflecte o duplo sentido da palavra “耦”, homófona de “偶” (par), simbolizando a união conjugal e, simultaneamente, a disposição do recinto: ao longo do eixo central ergue-se uma residência oficial imponente, enquanto os jardins oriental e ocidental se correspondem de forma simétrica. Por isso, passou a chamar-se Jardim dos Cônjuges.

Posteriormente, o jardim sofreu várias destruições e alterações, mas foi fielmente restaurado e oficialmente inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO em 2000. Comparado com jardins de maior dimensão, como o Jardim do Administrador Humilde ou o Bosque dos Leões, o Jardim dos Cônjuges destaca-se pela sua delicada escala, permitindo ao visitante apreciar em paz os infinitos pormenores da arte paisagística chinesa. Apesar de ser mais pequeno e menos frequentado que o Jardim do Administrador Humilde, oferece aos turistas um refúgio sereno e tranquilo.
O Jardim dos Cônjuges é rodeado por água em três lados e divide-se em três partes: no centro ergue-se uma ampla residência acompanhada de pequenas construções, enquanto jardins independentes se abrem a leste e a oeste. Ao largo, no fosso da muralha, pequenas barcas ancoram perto do jardim.
Ao entrar pelo portão principal, chega-se primeiro à zona residencial central, onde salões, alas, pátios, corredores e passagens cobertas se entrelaçam, intercalados por pequenos recantos ajardinados, criando a sensação de um salto imediato para a antiga China.

O núcleo do Jardim dos Cônjuges é um conjunto residencial que se desenrola ao longo de um eixo norte-sul: portal de entrada, salão para sedan, sala principal e pavilhão superior. O jardim oriental é vasto, ocupa quase quatro mu e tem como protagonistas montanhas artificiais, complementadas por um lago esculpido; o edifício principal, com dupla cornija e orientado a sul, impõe-se pela sua amplitude. No canto sudeste escondem-se três pátios exíguos, ligados por galerias e passagens que se conectam às dependências residenciais — conjunto designado “Casa de Campo na Curva da Cidade”, onde se erguem três salões amplos outrora usados para banquetes e encontros literários. O jardim ocidental, de escala reduzida, tem como epicentro o estudo “Antiga Casa de Tecelagem de Cortinas”, cercado por dois pátios: à frente, um jardim de rochas do Lago Tai serpenteia em suaves ondulações; atrás, um canteiro de pedras e flores dispõe-se em encantadora desordem. Ao norte alteia-se o pavilhão-biblioteca; no canto sudoeste, novamente se entrelaçam rochas, arbustos e pedras ornamentais, criando cenários vivos e repletos de encanto.

A “Montanha Artificial de Arenito Amarelo” do Jardim dos Cônjuges deita-se diante do pavilhão-casa na Curva da Cidade. O seu flanco oriental, de grande volume, pode ser escalado por um carreiro de pedra que conduz a um terraço no cume e a uma gruta ocidental; o lado ocidental, mais modesto, estreita-se em terraços sucessivos até tocar na parede lateral de um pequeno salão. Entre os dois montes abre-se um vale sereno, cuja boca leste confina com uma lâmina de água límpida. No topo e na retaguarda das colinas não há quiosques ou pavilhões; em vez disso, mais de uma dezena de espécies vegetais, entre árvores e arbustos, dão sombra verdejante e reforçam o sabor agreste. A superfície do lago, acompanhando o pé da montanha, serpenteia para sul, onde se eleva uma ponte curva; ao extremo, o Pavilhão da Montanha e da Água surge sobre as ondas, em frente ao pavilhão-casa, separados apenas pela luz d’água. Rochas como ossos, lago como espelho, compõem um quadro vivo onde a montanha é o coração pulsante.

O Jardim Oriental é o ponto alto da visita ao Jardim dos Cônjuges; remonta aos primórdios do jardim She, do início da dinastia Qing. No seu interior, a montanha artificial de arenito amarelo, inteiramente construída com rochas amarelas do Lago Tai, é uma das obras mais representativas dos jardins chineses e não pode deixar de ser vista. Em torno da montanha, pavilhões e corredores serpenteiam junto à água, numa disposição engenhosa que muda de cenário a cada passo.
O Jardim Ocidental articula-se em torno do salão principal da antiga residência: o marido estudava ali, enquanto a esposa fiava ao seu lado. À frente e atrás da casa, rochas empilhadas formam colinas íngremes, com blocos graníticos que evocam um vale montanhoso remoto, simbolizando a vida conjugal de cultivo e estudo, longe do mundo.

Dispor de um cais privativo constitui outro traço marcante do Jardim dos Cônjuges. Ao terminar a visita, pode-se sair pela porta posterior e apanchar uma pequena barca de toldo preto até ao parque de estacionamento, por um preço simbólico. O barco percorre todo o fosso da muralha em apenas alguns minutos, fazendo reviver o antigo modo de se deslocar pelos canais da cidade antiga de Suzhou.
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