Rua Pingjiang

localização: Rua Pingjiang, Distrito de Pingjiang, Suzhou, China

Razões para visitar: Um quarteirão histórico único para admirar edifícios antigos e descobrir petiscos locais.

A nossa classificação: ★★★★

Horário de funcionamento: Aberto o dia inteiro, entrada gratuita.

A Rua Pingjiang é uma zona histórica situada no nordeste da antiga cidade de Suzhou. Com 1 606 metros de extensão, remonta à dinastia Song, altura em que já figurava como artéria principal no mapa da cidade. Hoje, 800 anos depois, este trecho mantém-se perfeitamente preservado.

A Rua Pingjiang é um antigo calçamento de pedra serpenteando paralelamente a um canal. Sobre as águas erguem-se pontes de arco; às margens, casas de paredes brancas e telhados escuros alinham-se em perfeita harmonia. Idosos e moradores passeiam sem pressa, num retrato vivo da vida quotidiana tradicional de Suzhou. Para os visitantes, é também um verdadeiro quadro chinês a céu aberto, onde se revive a poesia das paisagens clássicas. Pelo seu estilo intemporal, a rua tornou-se símbolo da cidade antiga. A apenas um quarteirão da movimentada Rua Guanqian, Pingjiang oferece um refúgio sereno, longe do bulício urbano.

Apesar da sua estreiteza, a rua nunca descansa: veículos e transeuntes sucedem-se ininterruptamente. Em 2005, recebeu menção honrosa da UNESCO ao ser distinguida com o Prémio de Conservação do Património Cultural da Ásia-Pacífico.

Ao deambular pela zona histórica de Pingjiang, continua-se a pisar o antigo calçamento de pedra; o canal mantém-se límpido e sereno, e as habitações preservam a tranquilidade de outrora. Percorrer a rua é como folhear um álbum de paisagens pintadas: após a chuva, os telhados negros deixam reflexos brancos sobre as paredes, numa tela que evoca a tinta-da-china. Entre as casas antigas, há uma galeria gerida por franceses, um canto de leitura sob guarda irlandesa e pousadas ou hotéis para mochileiros. Ainda assim, persistem estabelecimentos típicos para os próprios habitantes de Suzhou: ateliês de escultura em jade ou casas de chá temáticas. Quanto aos que caminham ou se sentam à janela, já não distinguem se estão dentro da pintura ou se apenas a contemplam.

Atrações imperdíveis da Rua Pingjiang

[Ponte do Bolo]

À beira da Rua Pingjiang ergue-se a Ponte do Bolo. A designação nasceu de uma lenda: diz-se que um filho costumava levar diariamente um bolo à sua mãe. Certo dia, impossibilitado de trabalhar e sem dinheiro para comprar o doce, modelou um “bolo” com a neve que caía. Por mais improvável que pareça, a história é real e traduz o profundo amor que o filho dedicava à sua mãe.

[Museu da Ópera Kunqu]

Também aqui se encontra o Museu da Ópera Kunqu. No seu interior está exposto um palco móvel utilizado no final da dinastia Qing para apresentações de ópera Kunqu — peça-chave do acervo deste museu. Registos históricos indicam que o palco era montado para espetáculos em casas de famílias abastadas, com os músicos dispostos em três dos seus lados.

[Antigas Moradas de Figuras Ilustres]

A zona guarda numerosas residências onde outrora viveram personalidades notáveis. Na Travessa Xuanqiao encontra-se, por exemplo, a antiga casa de Huang Bilie, um ávido leitor que a transformara em modesta biblioteca. No mesmo beco, ergue-se a moradia de Hong Jun, “zhuangyuan” — ou seja, o primeiro colocado nos exames imperiais da dinastia Qing — que aqui partilhou os dias com Sai Jinhua. Perto dali, pode ainda visitar-se a casa do reputado médico Qian Boxuan e o jardim do historiador Gu Jigang.

Hoje, esses antigos sobrados foram convertidos em habitações comuns. Embora o salão principal e as talhas de madeira se mantenham intactos, as altas muralhas já não isolam a cidade: vozes de vizinhos, cheiro de cozinha e o ranger de bicicletas ecoam entre pátios. A memória de Suzhou sobrevive agora nas frestas das janelas, nos beirais das telhas e nas pedras gastas pelo tempo. Talvez o mais precioso legado da cidade resida precisamente na fusão entre o quotidiano dos seus habitantes e a cultura destas velhas casas.

O que não pode faltar na Rua Pingjiang

Passeio de barco

Uma das melhores formas de apreciar a Rua Pingjiang e os seus arredores é embarcar num barco tradicional de madeira e deixar-se levar pelos canais. Os barqueiros locais conduzem-no por vielas de águas serenas, oferecendo uma perspetiva única da zona. É uma maneira simultaneamente relaxante e poética de descobrir a velha cidade de Suzhou.

Visita ao Museu de Suzhou

A poucos passos da Rua Pingjiang ergue-se o Museu de Suzhou, obra-prima do arquitecto mundialmente reconhecido I. M. Pei. O museu apresenta a história da cidade, as suas artesanias tradicionais e a cultura dos jardins, constituindo uma visita obrigatória para quem passeia pela Rua Pingjiang.

Explorar casas de chá e lojas de seda

Suzhou tem uma longa tradição na produção de seda, e as lojas que se alinham ao longo da Rua Pingjiang oferecem peças de excelente qualidade: lenços, vestuário e bordados. Aqui também se vendem pinturas sobre seda de Suzhou e outros artesanatos tradicionais.

Passeie ao longo do pitoresco canal serpenteante da Rua Pingjiang: menos comercializada do que outras zonas de Suzhou, oferece o ambiente ideal para sentir o charme secular da cidade sem multidões. Perca-se nas vielas, visite as lojas tradicionais e cruze as antigas pontes de pedra.

Época ideal para visitar a Rua Pingjiang

As melhores épocas são a primavera (março a maio) e o outono (setembro a novembro). Nesses períodos o clima é ameno e convidativo, perfeito para caminhadas junto ao canal e para explorar a cidade antiga. Durante o outono, a paisagem é particularmente deslumbrante: as margens do canal ganham tons vibrantes de vermelho e dourado.

O verão pode ser quente e húmido, mas é também a época em que há menos turistas; por isso, ainda pode ser uma boa opção para quem prefere visitar a zona com mais tranquilidade.

O inverno é tranquilo e menos concorrido, embora possa fazer frio e húmido. Com a névoa e a geada, o canal e as construções tradicionais ganham uma beleza especial, conferindo à rua uma atmosfera serena e quase misteriosa.